Como fazer uma boa narração [tutorial]


banner-curso-portugues-pra-passarÉ bastante comum os estudos das técnicas de redação começarem pela narração. O motivo é sermos acostumados a fazer este tipo de texto o tempo todo desde a infância. Contamos histórias desde que conhecemos as primeiras letras. Mas escrever narrativas vai além da simples exposição dos fatos. A narração é um modo de organização de texto cujo conteúdo está vinculado, em geral, às ações ou aos acontecimentos contados por um narrador.

Já foram apresentadas na plataforma do meu curso algumas noções sobre o texto narrativo, mas há ainda muito a comentar sobre esse modo de organização do discurso, como os elementos da narrativa e o foco narrativo. Para construir um bom texto narrativo, é preciso explorar os elementos da narrativa: enredo, personagem, espaço, tempo.

ENREDO

Narrativas de caráter histórico, científico ou jornalístico abordam fatos do mundo real, como a biografia de alguém, enquanto algumas produções literárias de ficção apresentam um universo criado pelo autor, por exemplo histórias de ficção científica.

O enredo pode ser organizado de diversas formas. Observe, a seguir, a organização mais comum:

Situação inicial — personagens e espaço são apresentados.

Quebra da situação inicial — um acontecimento modifica a situação apresentada.

Estabelecimento de um conflito — surgimento de uma situação a ser resolvida, que quebra a estabilidade de personagens e acontecimentos.

Desenvolvimento — busca da solução do conflito.

Clímax — ponto de maior tensão na narrativa.

Conclusão — solução do conflito. Note-se bem que a solução do conflito não significa um final feliz. Pode ser um rompimento se, diante de um impasse, os personagens optarem por essa solução.

Essa sequência de etapas pode se repetir várias vezes na mesma narrativa. A conclusão não deixa de ser o estabelecimento de uma nova situação inicial e o recomeço do ciclo.

PERSONAGENS

Numa narrativa, pode haver personagens protagonistas, que ocupam o primeiro lugar num acontecimento e, também, personagens secundários A criação de personagens implica o desenvolvimento de características físicas e psicológicas para eles. É preciso mostrar ao leitor não só como se parecem ou vestem, mas também como andam, falam, pensam, sentem. Alguns gêneros permitem descrições mais elaboradas, mas, quando esse procedimento não é possível, a descrição do espaço somada a uma característica do personagem já pode dar ao leitor uma boa ideia de como ele é.

Assim, de acordo com seus objetivos, ao elaborar uma narrativa você poderá escolher quanto irá informar a respeito dos personagens. É interessante, porém, que você os conheça muito bem e imagine como são e de que são capazes para poder indicar ao leitor o essencial.

ESPAÇO

O espaço é muito importante, pois sua construção contribui para a elaboração dos personagens. Se o autor descreve um personagem que mora na cidade, em um apartamento grande e todo organizado, o leitor imagina certas características para esse personagem: ele pode ser dinâmico, nervoso, bem remunerado e metódico, por exemplo. Se o personagem sempre viveu em um deserto, suas características físicas, seus hábitos e roupas serão outros.

O espaço em histórias de terror, por exemplo, é em geral sombrio, lúgubre, amedrontador, tornando o leitor predisposto a imaginar acontecimentos assustadores. Às vezes não é sequer necessário descrever em detalhes o ambiente. Em muitas crônicas, por exemplo, aparecem apenas "em um bar", "em um jardim", "entrou no apartamento", mas essa informação já é suficiente para conhecer o ambiente da história e parte do contexto.

TEMPO

O tempo cronológico é aquele em que os fatos são apresentados de acordo com a ordem dos acontecimentos. Já no caso do tempo psicológico, o parâmetro é o tempo das emoções do personagem e não o do relógio.

FOCO NARRATIVO

A narração pode ser feita em 1ª pessoa (eu, nós) ou 3ª (ele, ela, eles, elas), de acordo com a ótica do narrador, isto é, de sua posição diante dos fatos. Na narração em 3ª pessoa, o narrador não participa dos acontecimentos, mas observa tudo de fora da trama, como narrador onisciente, ou seja, que conhece todos os fatos. Quando Parece conhecer bem os sentimentos e o comportamento de cada um, colocando-se à vontade para falar sobre eles.

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