Lista de atividades sobre Realismo e Naturalismo


Esta é a mais uma lista de exercícios sobre Realismo e Naturalismo. Estes são dois períodos essenciais para compreensão das tranformações pelas quais passaram as grandes capitais brasileiras, sobretudo o Rio de Janeiro. Este assunto é trabalhado no segundo ano do Ensino Médio e não costuma aparecer com grande ênfase em provas como a do Enem que traz o Romantismo e o Modernismo como período prediletos. Isso porque são períodos em que houve muitas mudanças na cultura e linguagem brasileira.

Lista de atividades sobre Realismo e Naturalismo

1. Assinale as afirmativas corretas a propósito do Naturalismo 
( ) a. O ser é retratado como produto do meio.
( ) b. O escritor evita julgar ações e personagens de um ponto de vista ético e moral, pois seu intuito é expor e analisar cientificamente a realidade.
( ) c. É um tipo de Realismo que tenta explicar romanticamente a conduta e o modo de ser das personagens.
( ) d. No Brasil, o romance naturalista exalta o homem metafísico, em oposição ao homem animal, cujas ações e intenções o escritor condena.
( ) e. Tem como características, entre outras, o determinismo biológico, a tematização do patológico e a aplicação do método experimental.

2. Uma característica, já presente em romances de José de Alencar, encontra em Machado de Assis o ponto mais alto da narrativa brasileira no século XIX. Trata-se:
(    ) do traço regionalista, que estende e procura completar a visão das terras do Brasil;
(    ) do aprofundamento da análise psicológica das personagens, notadamente das femininas;
(    ) da preocupação com o homem do sertão brasileiro, cuja vida é tema de romances e contos;
(    ) da vertente indigenista, preocupada em ampliar o conhecimento das coisas brasileiras;
(    ) da identificação das situações criadas entre as personagens, na trama narrativa.. 

3. Identifique quais dos comentários abaixo dizem respeito à época naturalista e assinale a alternativa correta.
I – A fuga das impressões vulgares, a concentração nas visões interiores constituem, entre outros, traços típicos do Naturalismo, responsável pelo isolamento da sociedade, pelo ideal da torre de marfim;
II - O naturalista observa o homem por meio do método cientifico, impessoal e objetivamente, como um caso a ser analisado. 
III. A visão da vida no Naturalismo e mais determinista, mais mecanicista: o homem aparece como maquina guiada pela ação das leis físicas, químicas, pela hereditariedade e meio físico e social. 
IV. Para os naturalistas, a natureza era a fonte de inspiração, lugar de refugio puro, não contaminado pela sociedade.

Relacionada com esse culto, a idéia do "bom selvagem", do homem simples e bom em estado de natureza (recuperado de Rousseau) dominou toda a época. 
 
( ) a. Apenas o item IV esta correto. 
( ) b. II e III estão corretos. 
( ) c. Apenas o item I esta correto. 
( ) d. I e IV estão corretos. 
( ) e. III e IV estão corretos. 

4. Assinale o texto que, pela linguagem e pelas  idéias, pode ser considerado como representante da corrente naturalista. 
( ) a.  "... essa noite estava de veia para a coisa; estava inspirada; divina! Nunca dançara com tanta graça e tamanha lubricidade! Também cantou. E cada verso que vinha de sua boca [...] era um arrulhar choroso de pomba no cio. E [...], bêbado de volúpia, enroscava-se todo ao violão; e o violão e ele gemiam com o  mesmo gosto, grunhindo, ganindo, miando, com  todas as vozes de bichos sensuais, num desespero de  luxuria que penetrava ate ao tutano com línguas  finíssimas de cobra." 
( ) b.  "Na planície avermelhada dos juazeiros, alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos, [...] Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala." 
( ) c.  "Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia." 
( ) d. "Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçava pela meiguice do olhar sereno [...] Ao erguer a cabeça para tirar o braço de sob o lençol, descera um nada a camisinha de crivo que vestia, deixando nu um colo de fascinadora alvura, em que ressaltava um ou outro sinal de nascença." 
( ) e. "Hércules-Quasímodo, reflete o aspecto a fealdade típica dos fracos. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com o um conhecido, cai logo sobre um dos estribos. descansando sobre a espenda da sela”

5. Textos para os exercícios 8 e 9

Texto 1
Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça. Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são has­tes de lírio para o rosto gentil; porém na mesma delica­deza do porte esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade nos relevos.
Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfa­lecendo ao beijo do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência juvenil, e a luz côa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha de róseo matiz. A dela era assim.
Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como dia­dema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele ins­tante de enlevo, dir-se-ia que ela se preparava para sua celeste ascensão.

José de Alencar. Diva.
Texto 2
Era muito bem feita de quadris e de ombros. Espar­tilhada, como estava naquele momento, a volta enérgi­ca da cintura e a suave protuberância dos seios produ­ziam nos sentidos de quem a contemplava de perto uma deliciosa impressão artística.
Sentia-se-lhe dentro das mangas do vestido a tre­mula carnuda nos braços; e os pulsos apareciam nus, muito brancos, chamalotados de veiazinhas sutis, que se prolongavam serpeando. Tinha as mãos finas e bem tra­tadas, os dedos longos e roliços, a palma da mão cor-de-rosa e as unhas curvas como o bico de um papagaio.
Sem ser verdadeiramente bonita de rosto, era muito simpática e graciosa. Tez macia, de uma palidez fresca de camélia; olhos escuros, um pouco preguiçosos, bem guarnecidos e penetrantes; nariz curto, um nadinha ar­rebitado, beiços polpudos e viçosos, à maneira de uma fruta que provoca o apetite e dá vontade de morder. Usava o cabelo cofiado em franjas sobre a testa, e quando queria ver ao longe, tinha de costume apertar as pálpebras e abrir ligeiramente a boca.

Aluísio Azevedo. Casa de pensão.

8. Os dois trechos têm em comum o fato de des­creverem figuras femininas. Um confronto en­tre as duas mostra não só diferenças físicas e psicológicas, mas diferenças de visão de época. Resultam disso duas mulheres inconfundíveis. Relacione a diferença entre as duas persona­gens com os princípios do Romantismo e do Naturalismo. Para justificar, destaque passa­gens dos dois textos.

9. Ao descrever a dama, diz Alencar: Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo aos beijos do sor. Esta frase tem força visual, e representa uma busca da defini­ção de cor. Aluísio também parte da flor para definir a pele da personagem. Localize a passa­gem em que isso acontece e defina os aspectos sensoriais de que se utiliza.










Nenhum comentário :

Postar um comentário